sábado, 14 de novembro de 2015

Ameloblastoma

Os tumores odontogênicos são lesões derivadas dos tecidos epitelial ou mesenquimal que fazem parte do complexo processo da odontogênese, e são classificados histologicamente de acordo com sua origem em epiteliais, mesenquimais ou mistos.

•Tumores de origem epitelal, sem ectomesênquima
-Ameloblastoma
-Tumor Odontogênico Epitelial Calcificante
-Tumor Odontogênico escamoso

-
•Tumores de origem epitelal, com ectomesênquima, com ou sem formação de tecidos duros
-Fibroma Ameloblástico
-Fibrodontoma Ameloblástico
-Odontoameloblastoma
-Tumor Odontogenico Adenmatóide
-Odontoma, complexo e composto
-
•Tumores de Ectomesenquima odontogenico com ou sem epitélio Odontogenico
-Fibroma Odontogenico
-Mixoma
-Cemetoblastoma



Ameloblastoma


O ameloblastoma é um neoplasia  localmente agressiva, na qual a diferenciação ameloblástica está presente. Ele é o mais comum entre os verdadeiros tumores odontogênicos. O ameloblastoma é derivado dos remanescentes da lâmina dentária,(podendo desenvolver-se através do revestimento dos cistos dentígeros) O desenvolvimento dos ameloblastomas periféricos pode derivar-se do epitélio de superfície da gengiva. Ele é capaz de causar deformidade orofacial e apresenta alto índice de reocorrência, se tratado inadequadamente.

São conhecidas 3 categorias de ameloblastoma: convencional; unicístico; periférico (extra-ósseo).

O ameloblastoma do tipo convencional é o mais comum e consiste em um componente infiltrativo sólido, porém áreas de formação cística podem ser presentes. 
É mais comum em adultos, média de 36 anos. Em 85% dos casos a ocorrência é na mandíbula, 60% na região dos molares e no ramo ascendente.
Radiograficamente se apresenta como lesão rediolúcida multicolulada, apresentando aspecto de bolhas de sabão quando as loculações são grandes, ou como favo de mel, quando pequenas. As margens são usualmente, bem definidas. Costumam apresentar reabsorção radicular e expansão da tábua óssea e até perfuração da cortical.

De regra, os ameloblastomas convencionais são tumores de crescimento lento, indolores e que permanecem assintomáticos até adquirirem grande tamanho. Uma tumefação óssea indolor é o sintoma mais comum, e expansões corticais pelos lados vestibular e lingual frequentemente são presentes.

O tratamento depende da extensão do tumor. Em geral, tais tumores são tratados pela remoção em bloco em virtude de esse tipo de ameloblastoma tender a infiltrar-se entre as trabéculas de osso intacto, antes que a reabsorção se torne evidente. Por isso, as margens do tumor geralmente se estendem além das margens clínicas ou radiográficas aparentes. Os ameloblastomas da região posterior da maxila são particularmente perigosos por causa da sua localização anatômica e a dificuldade do estabelecimento de margem cirúrgica adequada. A morte resulta da extensão direta do tumor até a base do crânio.



Ameloblastoma

Ameloblastoma de grande extenção
Transcirurgico Ameloblastoma.  Imagens cortesia Prof.Dr Celso Lemos


Os padroes histológicos do Ameloblastoma convencional são:
Padrão folicular
Padrão plexiforme
Padrão acantomatoso
Padrão de células granulares
Padrão de células basais

O mais comum é o padrão folicular



Padrão folicular: Múltiplas ilhas de epitélio odontogênico exibindo diferenciação colunar periférica com polarização invertida. As zonas centrais lembram o retículo estrelado do esmalte e exibem focos de degeneração cística.



Os ameloblastomas podem, às vezes, exibir transformação de grupos de células epiteliais em células granulares, ai temos o padrão de células granulares.


Ameloblastoma (variante de células granulares). Ilha tumoral exibindo células centrais com citoplasma granular proeminente.


Quando ocorre metaplasia escamosa (transformação das célula), frequentemente associada à formação de queratina, nas regiões centrais das ilhas epiteliais de um ameloblastoma folicular, o termo ameloblastoma acantomatoso vezes é aplicado.


Ameloblastoma (padrão acantomatoso). Ilhas de ameloblastoma exibindo queratina central (pérolas de queratina) 


No padrão plexiforme, existe uma multiplicação intensa das células da periferia da ilha, gerando cordões de células tumorais que se unem.

Ameloblastoma (padrão plexiforme). Cordões de epitélio odontogênico anastomosando-se.


PADRÃO DESMOPLÁSICO

Neste padrão temos um aumento da produção da citocina conhecida como fator de crescimento transformador-beta (TGF-b) associado a essa lesão, sugerindo que tal citocina pode ser responsável pela desmoplasia (transformação)
Esse tipo de ameloblastoma contém pequenas ilhas e cordões de epitélio odontogênico em um estroma densamente colagenizado.



Variante de Células Basais
A variante de células basais é o tipo menos comum de ameloblastoma. Essas lesões são compostas por ninhos de células basaloides uniformes e, histopatologicamente, são muito similares ao carcinoma basocelular da pele. Não há retículo estrelado (células epiteliais odontogenicas) na porção central dos ninhos.



AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO

Neste tipo de tumor, o ameloblastoma se desenvolve associado a um cisto. 
Existem 3 tipos
Luminal
Intraluminal
Mural

Tipo Luminal

Luminal-  o tumor está confinado  à superfície luminal do cisto. 


Tipo Intraluminal
A diferença do tipo Intraluminal para o luminal é que no intraluminal um ou mais nódulos de ameloblastomas se projetam do epitélio cístico em direção  a luz do cisto.


Tipo Mural
Neste tipo, o ameloblastoma cresce em direção a  parede do cisto, sendo mais destrutivo.


AMELOBLASTOMA PERIFÉRICO
Este é o tipo extra-ósseo, localizado na gengiva.


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