Os tumores odontogênicos são lesões derivadas dos tecidos epitelial ou mesenquimal que fazem parte do complexo processo da odontogênese, e são classificados histologicamente de acordo com sua origem em epiteliais, mesenquimais ou mistos.
•Tumores de origem epitelal, sem ectomesênquima
-Ameloblastoma
-Tumor Odontogênico Epitelial Calcificante
-Tumor Odontogênico escamoso
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•Tumores de origem epitelal, com ectomesênquima, com ou sem formação de tecidos duros
-Fibroma Ameloblástico
-Fibrodontoma Ameloblástico
-Odontoameloblastoma
-Tumor Odontogenico Adenmatóide
-Odontoma, complexo e composto
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•Tumores de Ectomesenquima odontogenico com ou sem epitélio Odontogenico
-Fibroma Odontogenico
-Mixoma
-Cemetoblastoma
Ameloblastoma
O ameloblastoma é um neoplasia localmente agressiva, na qual a diferenciação ameloblástica está presente. Ele é o mais comum entre os verdadeiros tumores odontogênicos. O ameloblastoma é derivado dos remanescentes da lâmina dentária,(podendo desenvolver-se através do revestimento dos cistos dentígeros) O desenvolvimento dos ameloblastomas periféricos pode derivar-se do epitélio de superfície da gengiva. Ele é capaz de causar deformidade orofacial e apresenta alto índice de reocorrência, se tratado inadequadamente.
São conhecidas 3 categorias de ameloblastoma: convencional; unicístico; periférico (extra-ósseo).
O ameloblastoma do tipo convencional é o mais comum e consiste em um componente infiltrativo sólido, porém áreas de formação cística podem ser presentes.
É mais comum em adultos, média de 36 anos. Em 85% dos casos a ocorrência é na mandíbula, 60% na região dos molares e no ramo ascendente.
Radiograficamente se apresenta como lesão rediolúcida multicolulada, apresentando aspecto de bolhas de sabão quando as loculações são grandes, ou como favo de mel, quando pequenas. As margens são usualmente, bem definidas. Costumam apresentar reabsorção radicular e expansão da tábua óssea e até perfuração da cortical.
De regra, os ameloblastomas convencionais são tumores de crescimento lento, indolores e que permanecem assintomáticos até adquirirem grande tamanho. Uma tumefação óssea indolor é o sintoma mais comum, e expansões corticais pelos lados vestibular e lingual frequentemente são presentes.
O tratamento depende da extensão do tumor. Em geral, tais tumores são tratados pela remoção em bloco em virtude de esse tipo de ameloblastoma tender a infiltrar-se entre as trabéculas de osso intacto, antes que a reabsorção se torne evidente. Por isso, as margens do tumor geralmente se estendem além das margens clínicas ou radiográficas aparentes. Os ameloblastomas da região posterior da maxila são particularmente perigosos por causa da sua localização anatômica e a dificuldade do estabelecimento de margem cirúrgica adequada. A morte resulta da extensão direta do tumor até a base do crânio.
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Ameloblastoma |
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Ameloblastoma de grande extenção |
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Transcirurgico Ameloblastoma. Imagens cortesia Prof.Dr Celso Lemos |
Os padroes histológicos do Ameloblastoma convencional são:
•Padrão
folicular
•Padrão
plexiforme
•Padrão
acantomatoso
•Padrão
de células granulares
•Padrão
de células basais
O mais comum é o padrão folicular
Padrão folicular: Múltiplas ilhas
de
epitélio odontogênico
exibindo
diferenciação
colunar periférica com polarização invertida. As
zonas centrais lembram o retículo estrelado do esmalte
e
exibem focos de degeneração cística.
Os
ameloblastomas
podem, às vezes, exibir transformação
de grupos
de células epiteliais em
células
granulares, ai temos o padrão de células granulares.
Ameloblastoma
(variante de células granulares). Ilha tumoral exibindo
células centrais com citoplasma granular proeminente.
Quando
ocorre metaplasia escamosa (transformação das célula),
frequentemente associada à
formação de queratina, nas
regiões centrais
das ilhas
epiteliais de um ameloblastoma
folicular, o
termo ameloblastoma
acantomatoso
vezes é aplicado.
Ameloblastoma
(padrão acantomatoso).
Ilhas
de ameloblastoma exibindo
queratina
central (pérolas de queratina)
No padrão plexiforme, existe uma multiplicação intensa das células da periferia da ilha, gerando cordões de células tumorais que se unem.
Ameloblastoma
(padrão plexiforme).
Cordões
de epitélio odontogênico anastomosando-se.
PADRÃO
DESMOPLÁSICO
Neste padrão temos um aumento
da produção da citocina conhecida
como fator
de crescimento transformador-beta (TGF-b)
associado a essa
lesão, sugerindo que tal citocina pode
ser responsável
pela desmoplasia (transformação).
Esse
tipo de ameloblastoma
contém pequenas ilhas e
cordões de
epitélio odontogênico em
um estroma densamente
colagenizado.
Variante de Células Basais
A
variante
de células basais é o tipo menos comum de ameloblastoma.
Essas lesões são compostas por ninhos de células basaloides uniformes e, histopatologicamente, são
muito similares
ao carcinoma basocelular da
pele. Não há
retículo estrelado (células epiteliais odontogenicas) na porção central dos ninhos.
AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO
Neste tipo de tumor, o ameloblastoma se desenvolve associado a um cisto.
Existem 3 tipos
Luminal
Intraluminal
Mural
Tipo Luminal
Luminal- o tumor está confinado à superfície luminal do cisto.
Tipo Intraluminal
A diferença do tipo Intraluminal para o luminal é que no intraluminal um ou
mais nódulos
de ameloblastomas se
projetam do epitélio cístico em direção a luz do cisto.
Tipo Mural
Neste tipo, o ameloblastoma cresce em direção a parede do cisto, sendo mais destrutivo.
AMELOBLASTOMA PERIFÉRICO
Este é o tipo extra-ósseo, localizado na gengiva.